terça-feira, 2 de junho de 2009

Raiva Humana - Angola (província do Bié)

As autoridades de saúde angolanas revelaram no passado dia 30 de Maio o registo de cinco mortes por raiva no período de Janeiro a Maio de 2009.
Três dos casos foram registados no município de Kuito e os outros dois em Kamacupa e Chinguar. No mesmo período as autoridades sanitárias detectaram e abateram 5 cães portadores de raiva.

Já em meados de Fevereiro havia sido noticiado um surto de raiva na capital angolana que terá causado em dois meses pelo menos 60 mortos, sobretudo crianças em idade escolar, as vítimas mais frequentes dado o seu mais íntimo contacto com animais.

A raiva é uma zoonose causada por um vírus da família Rhabdoviridae, género Lyssavirus. Este vírus está tipicamente presente na saliva de mamíferos infectados e é transmitido através da mordedura destes animais.
Após penetrar no hospedeiro, o vírus atinge o Sistema Nervoso Central causando uma encefalomielite progressiva invariavelmente fatal. O período de incubação em humanos é geralmente de algumas semanas a meses, mas pode variar de dias a anos.
Como resultado da optimização dos programas de vacinação animal após a 2ª guerra mundial, assistiu-se nos países desenvolvidos a uma diminuição marcada do número de casos em humanos. Esta tendência não foi contudo registada nos países em vias de desenvolvimento, onde a incidência da doença se mantém elevada.

A vacinação pré-exposição contra a raiva é, segundo o Centers for disease control (CDC) indicada a indivíduos pertencentes a grupos de alto risco como os veterinários e técnicos de laboratório seleccionados. Para além destes, a vacina deve ser administrada a pessoas cujas actividades os colocam em contacto frequente com morcegos, gatos ou cães, entre outros mamíferos.
Alguns viajantes internacionais poderão ser candidatos à vacinação anti-rábica, nomeadamente se é grande a probabilidade de contacto com animais infectados em áreas onde a raiva é enzoótica e o acesso imediato a cuidados de saúde adequados é limitado.
A profilaxia pré-exposição de rotina para todos os viajantes para áreas onde a doença não é enzoótica, NÃO É RECOMENDADA!

Fontes: ProMed e CDC em 02/06/2009

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